Olá, pais parceiros! No artigo de hoje, trataremos de um assunto muito importante na formação de jovens tenistas e que costuma colocar muitas dúvidas na cabeça dos pais sobre como proceder adequadamente. Trata-se daquele momento em que os pais veem um bom potencial tenístico no seu filho e, com zelo por oferecer o melhor a ele, resolvem contratar aulas de tênis extras e/ou particulares para “acelerar” o processo de desenvolvimento e aprendizado da criança no tênis. Entendemos que, sem dúvida, é muito importante essa preocupação com o melhor processo de ensino-aprendizagem possível ao seu filho. Demonstra interesse dos pais e sua busca por participação ativa na vida esportiva dos filhos. Porém, alguns cuidados devem ser tomados para que a boa intenção inicial não vire um “tiro no pé”, pois, ao mesmo tempo que aulas extras permitem acrescentar positivamente no processo de formação da criança, também podem contribuir para desmotivar e levar a dúvidas — por exemplo, criando certa confusão sobre o que é certo e o que é errado dentro da quadra de tênis. A seguir, veremos três variáveis que devem ser levadas em consideração ao contratar, ou não, aulas de tênis extras ou particulares. 1. Interesse real da criança É comum pais de crianças que possuem um talento natural para o esporte desenvolverem uma ansiedade exacerbada, imaginando que seu filho possa ser o próximo número 1 do Brasil ou do mundo. E, em grande parte das vezes, esse sonho acaba sendo dos pais, e não da criança. Pais, muito cuidado! Antes de contratar mais horas semanais de tênis para o seu pequeno tenista, assegure-se de que ele realmente quer isso! Geralmente, crianças com talento desportivo tendem a ser boas em praticamente todos os esportes que experimentam. E numa idade tenra (especialmente entre 7 e 10 anos) é importante experimentar diversos esportes. Isso será importante não só para um bom desenvolvimento motor, mas também para optarem por um esporte ou outra atividade (dança, música, etc.) que eles preferirem. E, acredite, se seu filho amar o tênis mais do que qualquer outra atividade, você saberá. Ele passará o tempo livre batendo bola na parede, assistindo torneios na TV e convidando você para jogar com ele. E, se esse for o caso, é a hora de escolher o professor certo para o trabalho. 2. Professor escolhido Como já foi visto em outros artigos aqui do Tênis+, o cuidado na hora de escolher o professor de seu filho é fundamental para um futuro processo de ensino-aprendizagem de sucesso. Além disso, a diferença entre aulas em grupo e particulares para crianças é importante. É sabido que, com jovens tenistas, as aulas em grupo devem ser priorizadas, devido aos aspectos social, motivacional e mesmo tático-técnico, proporcionando aos tenistas jogarem bastante, aprenderem corretamente e fazerem amigos. As aulas particulares para uma criança tendem a ser mais maçantes pelo simples fato de não haver outras crianças com ela na quadra. Além disso, alguns pais acabam por contratar aulas em grupo em um determinado clube ou academia, com um professor, e, ao mesmo tempo, contratar aulas particulares em outro local, com outro professor. Isso, certamente, deve ser evitado. Primeiro porque na aula particular o vínculo entre a criança e o professor é muito relevante para a alta motivação do aluno e para a melhor fluidez do processo de ensino. Este vínculo pode ser estreitado (por exemplo, ao fazer aulas três vezes por semana com o professor particular), ou dissipado (se a criança fizer aulas em grupo duas vezes por semana com um professor e aula particular uma vez por semana com outro). Segundo: a maneira de trabalhar dos professores de tênis muda consideravelmente; ao colocar seu filho para fazer aula em dois locais distintos ou com diferentes profissionais, é grande a chance de haver conflitos de ideias e métodos de ensino, podendo causar muitas confusões na cabeça do pequeno tenista. A dica aqui é: escolha um bom professor, de uma boa escola, e confie no trabalho dele. Se tiver dúvidas sobre o processo, pergunte! Se ele for um bom profissional mesmo, manterá um canal de comunicação aberto com você e organizará a melhor carga horária e planejamento possíveis para seu filho. 3. Carga horária Mais um ponto a considerar antes de colocar seu filho tenista para fazer mais aulas é a carga horária semanal (frequência e duração das sessões de treinamento). Com crianças entre 7 e 10 anos, recomenda-se que a carga horária semanal não exceda a 6 horas — isso contando aulas, momentos de jogo e participação em torneios. Claro, quanto maior o envolvimento e experiência do aluno, maior a carga horária, que, por outro lado, será menor quanto mais recente for a relação da criança com o esporte. Porém, vemos muitos pais colocando crianças muito novas, tanto em idade quanto em experiência tenística, para fazer muitas aulas por semana e/ou aulas com duração muito mais longa do que seria adequado. Mais uma vez, cuidado! Isso pode ser extremamente prejudicial para a continuidade dos nossos pequenos no esporte. Façamos uma analogia: imagine que a motivação para jogar tênis seja um tanque de gasolina. Esse tanque começa cheio e vai esvaziando com o passar do tempo. Se gastarmos todo o combustível em idade muito tenra, quando o jogador chegar na idade em que (pensando no tênis de competição) precisa estar com o tanque cheio para ter a força e motivação de viajar pelo país competindo e treinando forte (14 a 18 anos, mais ou menos), ele não terá essa condição. Sendo assim, quando a criança é muito nova, é preferível que ela se divirta e ame o esporte — mesmo que a “fome de bola” dela não seja completamente saciada —, pensando no processo de formação a longo prazo. Isso certamente será decisivo no futuro sucesso ou não dos nossos filhos no tênis de competição. Enfim, caros pais, gostaríamos de agradecer mais uma vez pela atenção e consideração em gastarem preciosos minutos do seu dia lendo nossos artigos. Esperamos que estejam gostando, já foi produzida muita coisa legal e vem muito mais por aí! Forte abraço, e até o próximo artigo!]]>