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Especial Semana da Mulher: entrevista com Bia Haddad

Nessa semana do dia da mulher, nós entrevistamos a Bia Haddad Maia, atleta da Tennis Route, nº 1 do Brasil e 59 do mundo. Ela, com apenas 21 anos, já coleciona uma série de títulos dentro do tênis. Confira a entrevista completa abaixo:

Bia, qual foi o seu maior aprendizado ao longo desses últimos anos, como jogadora de tênis?

Acho que o meu maior aprendizado foi cada vez mais tentar ficar mais concentrada nas minhas coisas, nas minhas rotinas em tudo o que eu tiver fazendo no meu dia a dia. Entender aquilo, fazer tudo conscientemente e estar mais feliz, mais tranquila, mais relaxada, sem se cobrar, sem estar com expectativa de resultados. Acho que isso foi o principal.

Como você lida com as pressões durante os jogos?

A pressão a gente acaba tendo em todos os jogos, não é fácil. Alguns jogos a gente entra com um pouco mais de frio na barriga, mas eu tô começando a aprender, tentando buscar respirar bastante, trazer coisas boas para a minha cabeça, sempre pensar positivo, e enfim… depois que começa o jogo a gente começa a se soltar mais e as coisas começam a fluir então é mais esse comecinho. Eu tento respirar mais e prestar mais atenção nessa parte mental de estar mais tranquila e dar mais valor pras coisas simples, colocar objetivos no jogo e não ficar pensando contra quem eu vou jogar, aonde eu estou, se está ventando. Essas coisas vão me deixando mais tranquila.

E dentro do tênis, você vê muita diferença no tratamento entre homens e mulheres?

No tênis a gente vem ganhando bastante o nosso espaço. Nos torneios pequenos, principalmente nos WTAs dos 250, a gente recebe bem menos que os homens. Mas acho que os Grand Slams e os grandes torneios estão igualando. Ainda também acho que a gente pode melhorar, mas a gente vem conquistando espaço, não só no esporte, mas acho que fora das quadras também, e enfim… o tratamento em si é parecido. É o que eu falei, a gente vem ganhando bastante esse espaço.

Ao longo da sua carreira como tenista, houve alguma situação em que você se sentiu incomodada de alguma forma em relação a isso?

Não teve nenhuma situação constrangedora ou que eu sofri algum tipo de preconceito. Eu diria que, claro que alguns comentários, algumas brincadeiras a gente percebe, eu entendo, até na mesa, almoçando. Essas coisas, de brincadeira, mas é normal. Aquilo que eu falei, é da natureza, a gente não tem como comparar o homem e a mulher. Geneticamente a gente é diferente, os homens são mais fortes, mais rápidos. Os recordes são deles, eles correm mais saltam mais e é impossível praticamente acontecer de uma mulher quebrar um recorde masculino e acaba isso atraindo mais a televisão, o público, tem muito mais ação, jogadas, pontos longos, então é muito por aí, mas eu nunca presenciei ou sofri algum tipo disso.

Se você pudesse dar um conselho para as meninas que estão iniciando a carreira dentro do tênis, qual seria?

Eu diria, primeiro de tudo, pra elas fazerem o que elas gostam. Se é realmente o que elas amam e o que elas querem pro resto da vida delas, que elas realmente sigam isso com o coração. Eu acho que é o principal porque a carreira no tênis não é fácil, a gente tem muitos altos e baixos. Toda semana a gente perde, são realmente muitas derrotas, muitos momentos duros, mas se você gosta e trabalha com bastante perseverança, respeito, acreditando na sua equipe, é tudo possível.

07 de março de 2018 | Categoria: Novidades, Tênis

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