Ajudar seu filho a se tornar o melhor ser humano possível! Este é ou não o desejo de todo pai?

Anos de trabalho com crianças, convivendo com milhares de famílias, me fizeram chegar à conclusão de que os pais cometem muitos e muitos erros na hora de educar os filhos, porém, erram querendo acertar.
Recentemente pulei o alambrado da quadra e fui premiado com a incrível oportunidade de ser pai e, a partir de então, comecei a entender melhor a cabeça daqueles que sempre busquei ajudar e atender. Meu filho ainda nem nasceu, mas vejo quantas difíceis e fundamentais decisões devemos tomar. A responsabilidade começa, por exemplo, com a escolha do nome. João, Pedro, Miguel… Qual é o mais bonito? Qual deles dará o melhor apelido? Qual deles dará menos oportunidade de bullying ao longo de sua vida? Nossa, que difícil, e estamos falando “apenas” do nome!
A casa em que iremos morar, a decoração do quarto, o médico, a escolha por ter ou não babá, deixá-lo ou não tomar refrigerantes e comer doces. Não quero ser um pai chato, monstro! Quero ser um pai legal e parceiro; mas ao mesmo tempo desejo que meu filho seja saudável, feliz, inteligente, bom em esportes, descolado, enfim… o melhor que ele puder ser. Para isso, devo tomar as melhores decisões… Não posso e não vou errar, certo? Errado! Disso tenho certeza, por mais que pesquise, converse com médicos e amigos mais experientes, sei que “cacas” irão acontecer ao longo do caminho, e algumas delas, por minha culpa.
Entre todas as dúvidas que estão surgindo como um eminente pai, tenho uma certeza: gostaria que meu filho jogasse tênis! Porém, desconfie de cada palavra que falo! Sou suspeitíssimo, afinal, tive o sonho e treinei com o objetivo de ser um jogador de tênis, trabalho como professor desta modalidade há muitos anos e hoje tenho o desafio e a oportunidade de liderar uma empresa que ajuda escolas de tênis a serem ainda melhores. Falando um pouco mais sobre meus planos, não sonho em vê-lo jogando profissionalmente, mas se eu pudesse utilizar uma varinha mágica, gostaria que fosse um belo tenista, pois, se o esporte é bom para a formação e desenvolvimento humano, o tênis é sensacional! Eis meus argumentos:

1. Quando pensa na educação de seu filho, qual é a sua primeira preocupação? No meu caso, penso em seu caráter, sua moral e seus valores. Na minha opinião, estas questões se aprendem primordialmente em casa, através dos bons exemplos, porém, assim como uma boa escola, um bom programa de tênis também pode ajudar os pais nessa tarefa.
Poucos sabem, mas em quase todos os torneios de tênis até o estágio semiprofissional não existe árbitro em quadra; o jogo deve ser controlado pelos jogadores. Ao contrário do futebol, no qual enganar o juiz e “cavar” um pênalti é normal, comemorado e até ensinado, no tênis ser “descolado” é ser honesto e respeitoso. Tenistas não gostam e não aceitam jogadores malandros e que buscam a vitória a qualquer preço. O ambiente molda a honestidade das crianças!

2. Nos meus planos, trabalharei para que meu filho seja bem-sucedido, e, independentemente da área que ele escolher, tenho certeza que ele terá muitas dificuldades, devendo ter grande capacidade de levantar a cabeça, seguir em frente e focar seus esforços no presente, nas questões que pode resolver.Em um torneio de tênis, dos 20 ou 30 inscritos, apenas um sai campeão. Todos os outros terão que lidar com a frustração de perder uma partida. E não pensem que o campeão não terá que lidar com a frustração de perder. Em uma partida de tênis são disputados algo próximo de 100 pontos. O vencedor da partida costuma perder 40% destes pontos, alguns deles muito importantes e doloridos. Jogar tênis te faz aprender a perder a todo instante, mas também te ensina que o próximo ponto começará em vinte segundos e não há tempo a perder.

3. Falando agora sobre medos, tenho um receio muito grande: que meu filho tenha medo de tomar decisões e assumir as responsabilidades por seus atos.Você já parou para perceber que no tênis o treinador não fica dentro da quadra, ou gritando da arquibancada? Como jogar o próximo ponto, tomar ou não água, chamar ou não o árbitro, vibrar ou ficar quieto, desistir ou persistir: são decisões que cabem apenas aos tenistas. São centenas durante uma partida… várias por ponto!

Ao tenista também é reservado o desafio de controlar suas emoções, desenvolvendo o equilíbrio entre coragem, responsabilidade, medo, ansiedade e muitos outros sentimentos que surgem dentro da quadra. Jogar tênis é ter a oportunidade de sentir o frio na barriga de bater um pênalti várias vezes durante o jogo e lidar com a frustração de errar ou a euforia de fazer o gol.
Independência, criação de amizades e ambiente saudável são alguns dos muitos outros elementos que eu poderia seguir desenvolvendo no texto a fim de mostrar quão espetacular é este esporte. Pra mim, a quadra de tênis é como o “chiqueirinho” da vida; um lugar que pode permitir que você assista, através da grade, ao seu filho se desenvolver sem o risco de se machucar demais.
O tênis é um esporte que cria os ferimentos com a profundidade e frequência ideal para tornar seu coração forte o suficiente para bombear o sangue e o oxigênio necessário para a luta que é viver.

Vamos jogar tênis? Aprendizagem e diversão para todos os níveis e idades no programa Tênis Nas Férias. Venha participar, inscrições abertas!