Um tenista na família: 5 dicas

Olá, pais parceiros! No artigo de hoje, falarei um pouco sobre um assunto bastante comum para a maioria de pais de tenistas de primeira viagem, que se deparam com um mundo novo, cheio de especificidades e realidades próprias: o mundo do tênis.
Muitos dos pais de jovens tenistas não têm qualquer experiência prática ou teórica no esporte; alguns acompanham o tênis pelos meios de comunicação e mídias sociais, tendo interesse pelo esporte, porém nunca jogaram; outros jogam recreativamente, até fazem aulas, mas não competem; e uma pequena parcela dos pais joga bem tênis e tem experiência como competidor infanto-juvenil ou adulto.
Tendo em vista que muitos dos pais de nossos pequenos tenistas não conhecem a fundo o tênis, com relação não só ao jogo em si (aspectos técnico, tático, físico e mental) mas também quanto ao estilo de vida da “tribo” dos tenistas, neste artigo quero apresentar 5 dicas que podem ajudar vocês, pais de novos tenistas, a gerenciar o dia a dia do seu pequeno jogador, auxiliando-o no processo de aprendizagem esportiva e pessoal.

1. Estimular a autonomia
Como bem se sabe, a autonomia é uma habilidade psicológica extremamente importante na vida de qualquer ser humano. Saber se auto-organizar com relação a seus pertences, horários e responsabilidades é muito importante na vida diária de qualquer um de nós. Porém, quando falamos de tenistas, a autonomia dentro e fora da quadra se mostra ainda mais relevante para uma boa prática e consequente sucesso.
Pelo fato de o tênis ser (com exceção das partidas de duplas) um esporte individual, no qual todas as decisões técnico-táticas e resoluções de problemas durante as partidas serão tomadas pelo jogador, e somente por ele, percebemos que a autonomia é peça-chave para se jogar bem tênis. Além disso, qualquer tenista, seja para treinar ou para competir, precisa ter consigo sempre um “kit” de materiais que vão ajudá-lo numa prática do tênis com maior conforto, o que pode influenciar no rendimento em quadra. Na mochila ou raqueteira do tenista sempre é bom ter: uma garrafinha de água, boné, protetor solar, toalha, munhequeira, overgrip, raquete, bolinhas, camiseta extra, lanche leve, etc. Ufa! São tantos itens que ajudam e podem ser determinantes no rendimento dos tenistas que pode ser muito normal os meninos esquecerem de uma ou outra coisa, o que faz com que muitos pais arrumem, ou peçam para outro adulto arrumar a mochila do menino. Sem dúvida, é muito comum as crianças esquecerem de alguns pertences, porém devemos sempre estimulá-los a arrumar e carregar seus próprios materiais, mesmo no caso dos mais novinhos. Isso vai os tornando mais autônomos e responsáveis com suas coisas, e quando eles crescerem e começarem a viajar para torneios, muitas vezes sem os pais ou treinador por perto, saberão se virar bem sozinhos.

2. Buscar aprender
Para os pais de primeira viagem, essa dica é fundamental. Para poder melhor entender as situações pelas quais o seu filho vai passar durante a vida dele no tênis, nada melhor do que buscar informação e conhecimento sobre o esporte. Muitos pais de tenistas acabam não se portando bem ao assistir aos seus filhos em torneios (ou mesmo em aulas), causando por vezes algumas situações desagradáveis, por pura falta de conhecimento. Mesmo que você não jogue, hoje em dia se pode encontrar uma infinidade de artigos na Internet (como este que você está lendo!) nos quais se pode aprender um pouco mais sobre diversos assuntos ligados ao tênis. Existem também muitos livros e revistas específicos e, para os pais mais interessados, até mesmo cursos de formação de professores que aceitam pais como participantes. Se você não joga (ainda), fazer aulas, aprender e começar a jogar tênis com certeza vai fazer com que você entenda muito melhor as emoções e situações enfrentadas pelo seu pequeno durante os jogos. E, por fim, qualquer dúvida que você tiver, mais especificamente sobre o caso particular de seu filho, busque a opinião do professor dele! Um canal de comunicação aberto entre professor, pais e criança é sempre positivo, como veremos agora.

3. Canal de comunicação aberto entre pai, filho e professor
Uma comunicação aberta entre os pais, os tenistas e o professor sem dúvida é de extrema importância para o processo de desenvolvimento dos jovens tenistas. Para que as expectativas, objetivos e realidades estejam afinados entre esses três pilares fundamentais para o sucesso esportivo, é importante que exista um canal de comunicação aberto, não só entre pai e professor, mas também entre aluno e professor e, principalmente, entre pai e filho.
Muitas vezes, “ruídos” na comunicação podem causar muitos transtornos. Existem diversos casos de pais que querem que o filho jogue, mais do que o próprio tenista; meninos que querem muito jogar, mas que não recebem o devido estímulo dos pais ou até mesmo do professor; pais que, sem consultar o professor, acrescentam aulas extras, ou mesmo resolvem dar “treinos” para seus filhos, mesmo não estando preparados para isso; e até professores que cobram determinadas posturas de alunos que ainda não despertaram tanto para o tênis competitivo, seja porque veem que o menino tem potencial físico e técnico, ou porque o pai (cliente) “exigiu” que isso fosse feito. Todos os casos acima citados são causados por “ruídos” na comunicação. Um canal de comunicação aberto de forma positiva permite que esses ruídos sejam minimizados, deixando bem claro o papel de cada um e como um pode ajudar o outro. Isso tende a facilitar, e muito, o desenvolvimento não só das aulas, mas também da relação interpessoal dos sujeitos envolvidos no processo de formação tenística e global dos pequenos.

4. O mundo dos torneios
Outro ponto que pode causar muitas dúvidas e até dificuldades na organização da logística familiar é quando o pequeno tenista da família começa a participar de competições. Por característica própria do tênis, em torneios, mesmo os mais bem-organizados, se tem uma programação de horários para início das partidas, mas não se tem a certeza de que horas elas irão terminar. Além disso, fatores como a chuva e a presença de quadras cobertas ou não no local do torneio também podem causar atraso na programação. Esses fatores podem fazer com que o tenista e quem o acompanha tenham de passar o dia inteiro no torneio, jogando e esperando seus próximos jogos. Em torneios de iniciação à competição, como o TMC, por serem torneios mais curtos, com geralmente um dia de duração, esses atrasos e esperas são minimizados. Porém, quanto mais o jovem jogador vai evoluindo, ele começa a participar de torneios maiores, que podem ir de 3 a 10 dias de duração — inclusive viajando e jogando em outras cidades e estados do país.
Para tanto, é importante que os pais e os meninos conheçam como funciona essa particularidade dos torneios de tênis. E, principalmente, apesar das dificuldades acima descritas, incentivem seus filhos a jogar torneios e, sempre que puderem, acompanhem e deem suporte a seus pequenos tenistas. Afinal de contas, a participação em torneios é parte muito importante no desenvolvimento não só do nível de jogo dos garotos, mas também na motivação para a prática e também no aspecto social do esporte, pois eles farão muitos amigos e se divertirão à beça.

5. Gestão do tempo
Hoje em dia, com todas as tarefas que as crianças têm na sua agenda semanal (escola, inglês, esportes, etc.), a gestão do tempo se mostra de vital importância para que não só o menino, mas também a família possa se organizar satisfatoriamente. E, quando falamos de crianças tenistas, essa gestão se torna ainda mais importante. É muito comum vermos meninos que foram “mordidos pelo bichinho do tênis” que, se depender deles, ficam todo o seu tempo livre com uma raquete e bolinha em mãos, batendo contra uma parede, ficando no clube o máximo que podem e até vendo tênis na TV ou no computador. Se você identificou seu filho na descrição acima, saiba que isso é muito bom, pois ele está supermotivado com o tênis. Porém, deve-se buscar ensinar desde cedo ao menino que ele deve ter o tempo para o tênis (diversão) e o tempo para as responsabilidades (estudo, atividades do lar, familiares, etc.). Essas noções básicas de gestão do tempo serão sem dúvida muito importantes no futuro dos meninos, pois, mesmo que eles não sigam o caminho do tênis competitivo, na vida adulta essas habilidades serão essenciais ao sucesso nas mais diversas áreas. E, se o garoto se tornar um competidor, a gestão do tempo será também de extrema relevância. Para conseguir conciliar a rotina de estudos, treinos, competições e também o tempo livre de lazer, serão necessários muita organização e disciplina.

Bom, pessoal, assim vamos encerrando o artigo de hoje. Espero humildemente ter ajudado vocês, pais de jovens tenistas, com mais algumas informações e conhecimentos que podem ajudar no gerenciamento do dia a dia desta realidade muito peculiar que é ter um tenista na família.

Obrigado e até o próximo!

31 de maio de 2016 | Categoria: Novidades

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