Como psicóloga, costumo dizer sempre, seja no âmbito da clínica ou do esporte, que, quando trabalhamos com crianças e adolescentes, temos uma infinidade de possibilidades a explorar, de pontos a serem cuidados. Isto tem uma razão: estamos lidando com pessoas em um período de pleno desenvolvimento, dentro e fora das quadras.
Ao longo de nossa formação como indivíduos, desenvolvemos crenças sobre quem somos, visões de mundo e estratégias para lidarmos com as mais diversas situações. Estas crenças emergem da nossa educação familiar e escolar, bem como das nossas vivências nos contextos de que fazemos parte ao longo do nosso crescimento, incluindo as experiências esportivas.
A família, com certeza, é um dos grandes pilares da vida da criança e do adolescente. Foram e são modelos, provedores não apenas das condições socioeconômicas, mas principalmente da educação “emocional”, sendo, em um sentido mais amplo, o esteio para a vida toda. Dentro das quadras isso se torna muito claro no desempenho dos atletas.
No texto anterior, falei que o esporte expõe o jogador e reforço esta afirmação quando me refiro à importância da família na sua vida, considerando que é neste meio que forma sua identidade também enquanto atleta. Reações dentro de quadra, dificuldade em lidar com a derrota ou o erro, as pressões internas e externas que sente e suas motivações estão, muitas vezes, ligadas diretamente à relação tenista/família e seu histórico.
Se prestarem atenção nos detalhes de uma cena típica de um treino ou um jogo, perceberão que os filhos, na presença dos pais, frequentemente buscam os seus olhares. Por vezes, tentam encontrar uma motivação para seguir; noutras procuram verificar a reação dos pais após um erro seu. Portanto, é inegável sua forte relação. A seguir, abordarei alguns pontos importantes deste vínculo no desempenho esportivo dos tenistas dentro e fora das quadras.