Qual é a pressa? (parte 4)

Desenvolvimento de all-court game (jogador completo): tático

Olá amigos! Conforme combinado, seguimos aqui com mais um texto que trata dos benefícios de seguirmos as etapas de formação de jovens tenistas, agora falando sobre os aspectos táticos.

Dentro desse tema, outro grande benefício de seguir sistematicamente as etapas de um ensino progressivo é que isso permite formar melhor jogadores com um estilo de jogo completo (all-court player).

Para quem não tem muita intimidade com alguns termos específicos do tênis, cabe explicar o que significa o termo “all-court player”. Traduzindo de forma livre, podemos entender esse tipo de jogador como um jogador completo, que sabe jogar bem tanto no fundo quanto na transição para a rede, e que sabe finalizar em pontos próximos dela. Esses jogadores geralmente são proficientes em atacar e em defender com qualidade, variar o jogo com diferentes efeitos (slice, topspin, flat), utilizando sua vasta caixa de ferramentas para sempre tentar dominar os pontos e, por consequência, dominar seus adversários. Como maior exemplo de jogador completo temos o magistral Roger Federer, que nos brinda sempre com belas atuações utilizando um vasto repertório de belas e eficientes jogadas durante suas partidas.

Claro, existem jogadores com diferentes estilos táticos de jogo (agressivo de fundo, regular de fundo/contra-ataque, saque/voleio), que também podem ser muito bem-sucedidos no mundo competitivo do tênis. Porém, aqui falamos sobre o processo de formação de jovens tenistas, onde priorizar o estilo completo de jogo tende a formar uma base ampla e completa, para que, na fase de especialização que precede o alto rendimento, ele possa desenvolver o estilo de jogo que melhor se adapte às suas características.
Assim, cabe comentarmos que, por uma questão física, crianças que jogam com espaços de quadra e tipos de bola à frente do seu estágio de desenvolvimento tendem a desenvolver um estilo de jogo apenas de trocas de bola de fundo, inclusive de maneira mais defensiva. Além disso, raramente crianças que não seguem um ensino progressivo conseguem finalizar pontos na rede (voleios/smash) e agredir seus adversários com um bom primeiro saque, por exemplo. Isso, sem dúvida, será prejudicial para uma possível busca por um alto nível de jogo futuro.

Se olharmos algumas partidas de jogadores profissionais, veremos que, apesar das diferenças individuais de estilos de jogo, todos sabem realizar relativamente bem todos os golpes nas diferentes situações que acontecem durante as disputas dos pontos (construir pontos do fundo, finalizar pontos na rede, agredir com o primeiro saque, defender com slice, etc.).

Assim, se seguirmos um ensino progressivo, com espaços de quadra, tipos de bola, alturas da rede, tamanhos de raquete e atividades coerentes e divertidas, teremos grande chance de formarmos mais e melhores all-court players.

Para ilustrar, abaixo temos exemplos de pontos jogados por meninos que claramente aprendem o tênis numa perspectiva progressiva. Na parte de baixo do vídeo, vemos o Felipe Mamede, jogador de 8 anos, que está sendo formado dentro da proposta de ensino progressivo da Tênis+ CTL Tênis (Brasília) — jogador que tive a oportunidade de trabalhar durante um ano, sempre buscando formar ele e seus colegas de turma numa perspectiva de estilo de jogo completo.

Bom, pessoal, espero que tenham gostado de mais este texto do nosso blog, e não percam o próximo, que irá tratar da importância de metas claras na formação de tenistas e sua direta relação com a motivação dos jovens jogadores. Grande abraço, e até breve!

Créditos das fotos: ATP World Tour e Queen of Tickets

12 de julho de 2017 | Categoria: Benefícios, Treinamento

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