Por mais valor ao processo do que ao resultado

Certamente, a pergunta que os tenistas mais escutam, assim que pisam fora da quadra é: “e aí, quanto foi?”
Embora não possamos negar a importância dos resultados no esporte — é de fato um dos principais ingredientes para o jogo ser tão divertido e empolgante —, se preocupar demais com o resultado é uma estrada perigosa: desenvolve uma forma de motivação muito ligada a fatores externos e ao reconhecimento alheio.
Para auxiliar no contínuo processo de desenvolvimento para aqueles (principalmente as crianças) que estão começando a jogar tênis, considero muito importante cultivar o prazer pelo crescimento e aperfeiçoamento das habilidades — uma forma de motivação que seja baseada numa noção mais interiorizada de conquista de objetivos e no prazer pela competição em si, seja o resultado derrota ou vitória.

Quem se preocupa demais com os resultados tende a focar sua atenção mais nos adversários e no reconhecimento por parte de colegas e família, o que invariavelmente causa tensão física e mental durante as partidas, frustração e resultados insatisfatórios.
É preciso então encontrar o equilíbrio entre o desafio de alcançar resultados possíveis e o prazer pelo desenvolvimento das habilidades da criança enquanto tenista. É muito importante que a criança consiga se divertir e apreciar cada oportunidade de estar dentro de uma quadra de tênis.
Portanto, o foco deve ser o prazer de simplesmente correr atrás da bolinha e executar os golpes. Quando houver jogos ou competições, aproveitar a sensação da vitória quando ela ocorrer, mas ter a consciência de que a forma como a criança joga e o que ela pode levar como aprendizado para os próximos jogos e para a vida é o mais importante.

 

Então, se você for pai ou mãe de tenista e não estiver presente no próximo jogo do seu filho, sugiro que a sua primeira pergunta após a partida seja: “e aí, como foi?”

14 de junho de 2016 | Categoria: Tênis

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