Bom, se você — mãe (ou pai) — acessou este texto, é porque provavelmente já ouviu essa frase pelo menos uma vez! Eu escuto quase o tempo todo: “Mãe, eu quero ser tenista!” E como é bom ver a garotada superempolgada com esse esporte tão incrível e que proporciona (a nós, mães e pais, e também a eles) tantas experiências marcantes, importantes e significativas, não só “dentro da quadra”, mas também fora dela! Enfim, se esse é o seu caso, sinta-se convidado a trilhar comigo esta jornada de descobertas!
E para dar um “pontapé” inicial, conto para vocês de uma pequena, mas intensa, emoção num dos primeiros torneios do meu caçula. Era um TMC (Torneio Multichance) e o Rafa havia feito uma bela campanha, mas acabou perdendo o jogo final, disputado com outro atleta que era bem maior do que ele (!). Eu me lembro que, no final, quando todos se retiraram da quadra e de seus arredores, ele ficou ali, sentado na arquibancada, um pouco afastado, e chorava mansinho, mas um choro profundo… Deixei o choro rolar um pouco (porque, como mãe e educadora sei que é importante deixar rolar…) e depois fui chegando, tentando consolar (porque mãe é mãe, né, e fica sempre um pouco incomodada com o “sofrimento” da cria…). Fui logo dizendo que não havia motivo para chorar, que ele tinha jogado bonito, que mesmo sendo menor ele havia jogado de igual para igual, que perder fazia parte e não precisava ficar triste… E aí veio a grande surpresa: “eu não estou triste, mãe, só estou emocionado…”. O impacto dessa fala foi tremendo, e quem acabou se emocionando fui eu, porque percebi ali, naquele momento, o quanto jogar um torneio significava para ele, e quanto ele estava muito mais preparado do que eu poderia supor para experienciar a disputa, independentemente do resultado; ou seja, muito mais importante do que ganhar ou perder, para o meu jovem tenista, era jogar! E me dar conta de que ele via nessa quase primeira experiência de confronto um pedacinho do que ele vislumbrava como um projeto de vida me fez ficar mais atenta e respeitar profundamente a intensidade de suas emoções em relação ao tênis.